quinta-feira, 19 de março de 2015

Pagamento por Serviços ambientais: oportunidade para a recuperação do cerrado

O modelo de desenvolvimento adotado em Goiás, nas últimas décadas, para o setor rural, esteve desvinculado de políticas públicas direcionadas à proteção do cerrado. A ausência de planejamento estratégico conduzido pelo Estado, conciliando produção e sustentabilidade, para estimular a conservação do bioma, tem levado os proprietários rurais à exploração econômica da área total da propriedade, pois as sanções previstas na legislação florestal não os intimidam. A adoção de um modelo de desenvolvimento que compatibilize as dimensões econômica, social e ambiental, no âmbito do setor rural, pressupõe planejamento, política de gestão e boa vontade dos atores governamentais, os quais podem encontrar no Pagamento por Serviços Ambientais um instrumento eficaz para estimular práticas conservacionistas e combater o desmatamento em Goiás.

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terça-feira, 3 de março de 2015

Discurso proferido por ocasião da inauguração da sede do Ministério Público em Quirinópolis

EXMO SR. PROCURADOR GERAL DE JUSTIÇA
EXMO SR PREFEITO MUNICIPAL
EXMOS. SRS. DEPUTADOS
EXMO. SR. JUÍZ DE DIREITO DIRETOR DO FÓRUM

A inauguração de cada sede própria da instituição ministerial representa um marco, simbólico e material, da conjugação de esforços necessários que tem procurado diminuir o imenso abismo existente entre as inúmeras atribuições legais e constitucionais que a Constituição Federal de 1988 agregou à instituição e a diminuta estrutura material para desempenhá-las.
A carta magna de 1988, impôs ao Ministério Público brasileiro, exigências da sociedade republicana nacional, que não encontram paralelo no mundo inteiro, definindo-o como instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
Este fortalecimento legal não foi, contudo, uma simples benesse do legislador constituinte; antes de ser um favor, decorreu do reconhecimento dos méritos já anteriormente manifestados pela instituição e das necessidades da moderna sociedade brasileira.
É verdade que, desde a aurora do Ministério Público, promotoras e promotores de justiça nunca estiveram de todo conformados com as limitadas funções burocráticas que a antiga concepção liberal de Estado lhes reservara, e, independentemente das atribuições legislativas ou do lugar constitucional reservado ao Ministério Público – ora como apêndice do Poder Judiciário, ora, do Poder Executivo – os membros da instituição ministerial sempre fizeram mais do que lhes era determinado pela lei.
Deslocados para comarcas distantes e isoladas, acomodados junto aos prédios do Poder Judiciário, nosso respeitável hospedeiro de tantas décadas, os promotores espalharam-se pelo território goiano, e desde o início de suas atividades, já atendiam ao público, ouvindo vítimas de violência, harmonizando conflitos, aconselhando famílias, abrigando crianças, tornando-se, destarte, o receptáculo das demandas e anseios do povo brasileiro, desde as minorias sem voz, até os reclamos da sociedade organizada.
Com o avento da carta cidadã o MP consolida seu perfil   SOCIAL, porquanto legitimado para agir em defesa da ordem jurídica e da sociedade, aproximando-se cada vez mais do povo, atuando como um verdadeiro agente de transformação social, buscando soluções criativas e ágeis para as mazelas que afligem a coletividade cuja tutela lhe foi outorgada pela Constituição da República.
Neste contexto, o MP goiano vem investindo na cultura de planejamento estratégico para profissionalizar sua Administração, qualificar seus membros e servidores e conceder a todos os seus integrantes estrutura física adequada para o atendimento das demandas sociais que aportam na instituição diariamente.
E neste momento institucional difícil em que lutamos para defender a dignidade do MP, com a aprovação de orçamento adequado, agradeço à administração superior do Ministério Público, na pessoa do Procurador Geral de Justiça, Dr. Benedito Torres Neto, homem público de enorme prestígio jurídico-político, cuja autoridade moral, energia e senso de responsabilidade, refletem o espírito que inspira nossa própria instituição
Agradeço com especial ênfase à Administração Municipal de Quirinopolis, na pessoa do Prefeito, Gilmar Alves da Silva, que sempre se manteve disponível em manter parceira com o Ministério Público local, contribuindo para a edificação desta sede.
Imperioso registrar nosso agradecimento à Câmara de Vereadores deste Município que aprovou a doação desta área ao Ministério Público.
Cumpre aqui homenagear com profunda sinceridade aos servidores e estagiários do Ministério Público, hoje em torno de nove profissionais – das atividades administrativas e de assessoria técnico jurídica – todos da mais elevada qualificação ética e profissional. São eles elemento estrutural mais valioso de que dispõe esta instituição, o capital humano inestimável de cuja pronta colaboração o Ministério Público não pode prescindir neste momento de sua história.
Agradeço também ao Juiz Diretor do Fórum por ter autorizado o acesso facilitado entre os dois prédios.
Por fim, nossa homenagem mais relevante, é a que prestamos à própria sociedade desta região ordeira e progressista, que aqui se faz representar, pelos órgãos da imprensa, câmaras de vereadores, conselhos municipais, e demais instituições da sociedade civil.
O Ministério Público é uma instituição do Estado a serviço da sociedade, e, assim como o Estado não é um fim em si mesmo, também o Ministério Público é apenas um instrumento da sociedade na luta pela justiça social; um mecanismo de defesa contra o arbítrio, o crime, a violência e contra todos os abusos do poder. Uma instituição de equilíbrio entre os poderes, com autoridade ética para mediar conflitos e encontrar soluções, enfim uma instituição republicana moderna, colocada ao dispor e a serviço de sua comunidade.  
Muito obrigado.

Este discurso foi proferido por Angela Acosta Giovanini de Moura, coordenadora das promotorias de justiça de Quirinópolis, por ocasião da inauguração da sede institucional em Quirinópolis, em 2013.