sábado, 23 de abril de 2011

Agenda 21



Dentre os desafios que se apresentam atualmente à sociedade global, reclamando atenção de autoridades e estudiosos, destaca-se a qualidade do crescimento econômico voltado para o aumento nos níveis de bem-estar social e a redução de desigualdades socioeconômicas.
As desigualdades sociais, políticas e ambientais, particularmente a pobreza e a ausência de oportunidades e de acesso aos recursos, contribuem à desintegração social e é uma das principais causas da insustentabilidade dos modelos e das práticas atuais de desenvolvimento.
Paralelamente a esta realidade sabe-se que a globalização tem propiciado a melhoria da qualidade de vida de muitos, alterando substancialmente os padrões de consumo e produção. No entanto, o consumo insustentável tem provocado severas pressões aos recursos naturais, aumentando as desigualdades distributivas, as quais serão herdadas às gerações futuras.
Reconhece-se que, tanto a pobreza, como a riqueza, pressionam o meio ambiente, lesando, em consequência, direitos indispensáveis a coexistência social do ser humano no planeta, vez que direitos humanos e meio ambiente estão interligados.
Não pairam dúvidas, no meio acadêmico e científico que a degradação ambiental desencadeia graves problemas na esfera social e econômica, abrindo espaços para a instalação para a desigualdade social, desemprego, pobreza, criminalidade, etc.
Segundo relato publicado na revista Mundo e Missão (http://www.pime.org.br/mundoemissao/globalizacaomeio.htm) a incapacidade do mundo de reduzir os níveis de pobreza está contribuindo para a instabilidade global, na forma de terrorismo, guerras, doenças contagiosas e degradação ambiental. Trata-se de um ciclo vicioso: a degradação ambiental exacerba a pobreza, contribuindo ainda mais para a instabilidade global.
Neste contexto torna-se difícil lutar conservação do meio ambiente e dos recursos naturais, sobretudo quando bilhões de pessoas necessitam buscar sua sobrevivência a qualquer custo, sendo esse custo geralmente ambiental.
Imbuída no propósito de alterar o quadro apresentado, a Conferencia das nações Unidas para o Meio ambiente Humano, reunida em Estocolmo, em 1972, construiu a idéia de sustentabilidade que, mais tarde, foi trabalhada pelo relatório Brundtland, em 1987, para, depois, atingir sua máxima consagração na ECORio-92, com a Agenda 21. 
O desenvolvimento sustentável objetiva conciliar crescimento econômico, conservação da natureza e justiça social. Apresenta-se como um projeto destinado a erradicar a pobreza, satisfazer as necessidades básicas, melhorar a qualidade de vida da população e promover a conservação ambiental.
Dentre as medidas apontadas para a o desenvolvimento sustentável, ressalta-se a cooperação  entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimentos, pois estes, necessitado dos recursos naturais para o crescimento econômico, não possuem condições de custear a preservação ambiental. Assim, a transferência de recursos e de tecnologia dos países desenvolvidos para os países que precisam do desenvolvimento, são medidas valiosas para a efetivação do desenvolvimento sustentável.
A Agenda 21, como um programa de ações para o qual contribuíram governos e instituições da sociedade civil de 179 países, constitui a mais ousada e abrangente tentativa já realizada de promover, em escala planetária, um novo padrão de desenvolvimento, conciliando métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica.
Propondo a integração entre meio ambiente e desenvolvimento, a agenda 21 reconhece  o combate à pobreza como condição primordial para garantir a sustentabilidade. Enquanto plano estratégico parte de uma visão integrada de diversos componentes e aborda, entre outros tópicos, a garantia dos direitos das mulheres e dos grupos vulneráveis, o papel das comunidades locais, a gestão de recursos naturais, os processos democráticos, etc. Oferece, portanto, um arcabouço para o desenvolvimento sustentável, exigindo para a efetivação de suas medidas, um modelo estatal preocupado com as políticas públicas voltadas ao bem estar e equilíbrio da população, oportunizando a todos o acesso a educação, saúde, habitação, e seguridade social, como ferramenta para  combater   as desigualdades sociais, e assegurar o desenvolvimento econômico.

Resumo texto " A ordem do discurso"

Disciplina: Metodologia da Pesquisa Científica
Professor: Gil César Costa de Paula
Mestranda: Angela Acosta Giovanini de Moura
Resumo do texto: A ordem do Discurso. FOUCAULT, Michel.






Focault critica a produção do discurso na sociedade, pois a verdade é sempre excluída ante o controle que se exerce sobre o que deve ser dito. Assim, o autor sustenta que há nítida ligação entre a visão do que é a verdade e o poder. Este sempre usado para controlar o discurso, objetivando o controle da própria sociedade, uma vez que a absorção das ideias sem qualquer questionamento por parte das pessoas a quem o discurso é dirigido anula a vontade e o desejo do homem.
Neste contexto, o saber se apresenta como verdadeira ameaça aos males causados pelo discurso, podendo desafiar a dominação do poder opressor, embora a verdade seja aquela produzida no discurso que a sociedade acolhe, aprova e faz funcionar como verdadeiro, pois é o que efetivamente interessa ao poder dominante.
Focault assevera que outro elemento do poder está na submissão às regras que constituem a formação do discurso, já que os homens se tornam disciplinado através das ideias e valores veiculados no discurso, cuja linguagem acaba ditando ao homem o papel que deve desempenhar na sociedade.
Ressalta a importância de revisão dos métodos educacionais, pois o discurso integra sua atividade diária, formando consciências através da palavra, do falar, impondo-se muita atenção as atividades empreendidas nas instituições educacionais, questionando a verdade existente nos discursos por elas cultivados e o poder que exercem sobre as pessoas.
O autor em sua abordagem apresenta meios de controle do discurso que agem internamente, destacando que a disciplina exerce seu controle na produção dos discursos por meio da imposição de limites e de regras. Isso fica mais claro quando Foucault esclarece que para que um discurso componha uma disciplina, ele precisa está no plano da verdade, precisa ter validade.
Focault discute as condições para que os indivíduos possam formular seus discursos. Aponta o ritual que determina a qualificação que os sujeitos que falam devem ter, define o comportamento, as circunstâncias, como também a eficácia desse discurso e o efeito desse discurso sobre aqueles a quem é dirigido. Assim, numa perspectiva critica analisa os procedimentos de limitação dos discursos, destacando-se o princípio do autor, o do comentário e o da disciplina.
Quanto ao aspecto genealógico, referente à formação efetiva dos discursos, a crítica analisa os processos de rarefação, reagrupamento e unificação dos discursos.
Conclui, por fim, que as descrições críticas e as descrições genealógicas devem alternar-se, apoiando-se umas nas outras a fim de se complementarem. A parte crítica da análise procura detectar e destacar os princípios de ordenamento, exclusão e rarefação do discurso. A parte genealógica da análise se detém na formação efetiva do discurso, procurando apreendê-lo em seu poder de afirmação.