Dentre os desafios que se
apresentam atualmente à sociedade global, reclamando atenção de autoridades e
estudiosos, destaca-se a qualidade do crescimento econômico voltado para o
aumento nos níveis de bem-estar social e a redução de desigualdades socioeconômicas.
As desigualdades sociais,
políticas e ambientais, particularmente a pobreza e a ausência de oportunidades
e de acesso aos recursos, contribuem à desintegração social e é uma das
principais causas da insustentabilidade dos modelos e das práticas atuais de
desenvolvimento.
Paralelamente a esta realidade
sabe-se que a globalização tem propiciado a melhoria da qualidade de vida de
muitos, alterando substancialmente os padrões de consumo e produção. No
entanto, o consumo insustentável tem provocado severas pressões aos recursos
naturais, aumentando as desigualdades distributivas, as quais serão herdadas às
gerações futuras.
Reconhece-se que, tanto a
pobreza, como a riqueza, pressionam o meio ambiente, lesando, em consequência,
direitos indispensáveis a coexistência social do ser humano no planeta, vez que
direitos humanos e meio ambiente estão interligados.
Não pairam dúvidas, no meio
acadêmico e científico que a degradação ambiental desencadeia graves problemas
na esfera social e econômica, abrindo espaços para a instalação para a
desigualdade social, desemprego, pobreza, criminalidade, etc.
Segundo relato publicado na
revista Mundo e Missão (http://www.pime.org.br/mundoemissao/globalizacaomeio.htm)
a incapacidade do mundo de reduzir os níveis de pobreza está contribuindo para
a instabilidade global, na forma de terrorismo, guerras, doenças contagiosas e
degradação ambiental. Trata-se de um ciclo vicioso: a degradação ambiental
exacerba a pobreza, contribuindo ainda mais para a instabilidade global.
Neste contexto torna-se difícil
lutar conservação do meio ambiente e dos recursos naturais, sobretudo quando
bilhões de pessoas necessitam buscar sua sobrevivência a qualquer custo, sendo
esse custo geralmente ambiental.
Imbuída no propósito de alterar o
quadro apresentado, a Conferencia das nações Unidas para o Meio ambiente
Humano, reunida em Estocolmo, em 1972, construiu a idéia de sustentabilidade
que, mais tarde, foi trabalhada pelo relatório Brundtland, em 1987, para,
depois, atingir sua máxima consagração na ECORio-92, com a Agenda 21.
O desenvolvimento sustentável
objetiva conciliar crescimento econômico, conservação da natureza e justiça
social. Apresenta-se como um projeto destinado a erradicar a pobreza,
satisfazer as necessidades básicas, melhorar a qualidade de vida da população e
promover a conservação ambiental.
Dentre as medidas apontadas para
a o desenvolvimento sustentável, ressalta-se a cooperação entre os países
desenvolvidos e os países em desenvolvimentos, pois estes, necessitado dos
recursos naturais para o crescimento econômico, não possuem condições de
custear a preservação ambiental. Assim, a transferência de recursos e de
tecnologia dos países desenvolvidos para os países que precisam do
desenvolvimento, são medidas valiosas para a efetivação do desenvolvimento
sustentável.
A Agenda 21, como um programa de
ações para o qual contribuíram governos e instituições da sociedade civil de
179 países, constitui a mais ousada e abrangente tentativa já realizada de
promover, em escala planetária, um novo padrão de desenvolvimento, conciliando
métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica.
Propondo a integração entre meio
ambiente e desenvolvimento, a agenda 21 reconhece o combate à pobreza
como condição primordial para garantir a sustentabilidade. Enquanto plano
estratégico parte de uma visão integrada de diversos componentes e aborda,
entre outros tópicos, a garantia dos direitos das mulheres e dos grupos
vulneráveis, o papel das comunidades locais, a gestão de recursos naturais, os
processos democráticos, etc. Oferece, portanto, um arcabouço para o
desenvolvimento sustentável, exigindo para a efetivação de suas medidas, um
modelo estatal preocupado com as políticas públicas voltadas ao bem estar e
equilíbrio da população, oportunizando a todos o acesso a educação, saúde,
habitação, e seguridade social, como ferramenta para combater
as desigualdades sociais, e assegurar o desenvolvimento econômico.
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